quarta-feira, 11 de junho de 2014

Criatividade e biscoitos Calipso falsários (Calipso copycat sables)

Não posso fazer afirmações generalizadas sobre a sociedade e possuindo uma necessidade intrínseca à minha pessoa de fazê-lo, dar-me-ei o direito de fazer algumas. Será que todas as pessoas sofrem dessas marés de criatividade como as que me atormentam com suas altas e baixas temperamentais? Fico procurando nos cantos do meu cérebro exemplos de grandes criadores, pensadores e filósofos que tenham sofrido com falta de criatividade e, então, percebo que sou uma completa iletrada em questão de ideias e teorias de filósofos, pensadores, físicos e criadores. Por que cargas d'água me preocupo se conheço ou não essas grandes ideias universais? E o meu alterego paladino da paz mundial responde, "Porque você quer saber tudo que há para saber, para poder aproveitar para si e doar para os outros tudo que o que há de bom na vida. E, principalmente, porque você é uma pessoa que se alimenta de conhecimento, seja empírico ou filosófico, e como de conhecimento empírico já basta a cozinha, falta-lhe o conhecimento filosófico". "Adoro essas nossas conversas, they shed such a light on myself".

Voltando à questão da criatividade. Quando nossos talentos de criação nos deixam desamparados por algum tempo, voltamo-nos às ideias de outros. A culinária é um exemplo perfeito de cópia e releitura, pois sempre buscamos receitas testadas e verificadas por outros para então aventurarmo-nos nas mesmas. É difícil, senão impossível, na culinária assim como em outras áreas de trabalho, que um item artístico seja original em sua totalidade. Sempre buscamos referência em outros trabalhos e essa busca e aplicação  pode ser descoberta, consciente ou não.

Assim surgiram estas cópias falsificadas, salafrárias, ordinárias, falsárias dos biscoitos Calipso, da Nestlé. A inspiração nasceu após comprar um pacote de biscoitos para fazer uma torta holandesa caseira e diga-se sorrateiramente que minha versão - apesar de derivada - fica muito mais saborosa. Às vezes, as cópias superam os originais. Todo mundo não acredita que é a Monalisa de Da Vinci lá no Louvre mesmo?

Obs.: Após algumas pesquisas, descobri que existem uns biscoitos Calypso nos EUA, de uma franquia de supermercados chamados Publix, que levam coco, nozes pecã e aveia - mas que não tem relação nenhuma com esta receita. Aqui está uma releitura dos biscoitos Calipso da Nestlé brasileira.


Biscoitos Calipso (tipo sablé)


2 gemas
80g açúcar refinado
80g manteiga (em ponto pomade)
120g farinha de trigo
4g fermento químico
1g sal
75g coco ralado seco
80g chocolate amargo

Peneire a farinha, o fermento e o sal. Branqueie as gemas com o açúcar com um fouet ou na batedeira, junte a manteiga pomade. À mão, junte a farinha e o coco seco e misture bem. Deixe descansar na geladeira por pelo menos 30 minutos. Forre uma assadeira com silpat ou papel manteiga. Abra a massa com um rolo até atingir 3mm de espessura, corte com o cortador desejado e disponha na assadeira com uma distância de 2 cm entre si. Deixe descansar por mais 30 minutos na geladeira,

enquanto isso pré-aqueça o forno a 170ºC. Asse por aproximadamente 15 minutos ou até as bordas começarem a dourar levemente. Não deixe dourar demais ou ficarão com sabor queimado.


Esfrie os biscoitos sobre uma grade. Derreta e tempere o chocolate (ou use chocolate tipo cobertura) e cubra os biscoitos sem deixar escorrer pelas laterais. Enquanto ainda não estiver cristalizado, use um palito de dente para fazer o desenho característico dos Calipso: faça três riscos de um lado, vire 90º e faça mais três riscos. Rende 25 biscoitos.





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